Pequena criança selvagem, sem rumo, ganhou vida por entre as grades do portão. De onde crescem flores, que primam por sobrevivência, e lutam. Com o sangue que ficou preso pelas grades, na passagem do jardim. Saímos ilesos, saímos em parte, deixamos quebrados, no espaço, os pedaços, do que faz parte e forma o que pode ser. E nada mais do que pode ser, pois nada é...
Pequena criança, que corre pelo pátio, mesmo presa, e tenta qualquer forma de fuga. Do que está mais dentro do que fora dos portões. No decorrer, o que nasce morto, ganhou vida com outros. Mas o tempo tomou-lhe até os traços dos rostos, em lembrança. Até o que está em branco, pede por sobrevivência. Escorre sangue pelo pequeno corpo que perdeu a luta por sobreviver. As rosas ficaram presas sob as grades do jardim. Há quem esteja de olho do lado de fora, vejo lobos e eles procuram carniça.
Tatiana Plens.
2 comentários:
Sou totalmente contra subverter o idioma, sabe. Acho que isso é coisa pros grandes, pros gênios, pros imortais & eternos.
Talvez nem para eles.
Mas o texto está bom, em si :) Gostei das imagens de lobos e de flores, apesar da repetição desta última.
:*
nada é tão nutritivo quanto a carne de um gênio apodrecido.
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